Você é daquelas pessoas que acham que a sorte não é sua amiga? Pensa que tudo de ruim só acontece com você, que ninguém o entende e que os outros não fazem ideia das suas necessidades? Está sempre esperando que amigos, colegas e parentes lhe deem o devido valor, mas isso nunca ocorre? Sinto dizer, mas, se a resposta é “sim”, há grande chance de você estar sofrendo do que chamo de “síndrome do coitadismo”, ou “do vitimismo”. Se for esse o caso, peço que leia com o coração tranquilo e – sobretudo – a mente aberta a mensagem de hoje. E, se conhecer alguém com esse perfil, faça sua parte e compartilhe com ele o texto.
“O vitimismo é como se fosse uma doença que nos acomete em alguns momentos da vida, e o mais curioso é que ela não é provocada por nada nem ninguém além de… nós mesmos.”
Pode até ter soado estranho falar em “síndrome”, mas é isso aí! O vitimismo é como se fosse uma doença que nos acomete em alguns momentos da vida, e o mais curioso é que ela não é provocada por nada nem ninguém além de… nós mesmos. Começamos a sofrer desse mal pelas mais diversas razões, e o principal sintoma é a terceirização de responsabilidades. De fato, é fácil identificar um novo surto, basta observar se temos transferido a “culpa” por nossos insucessos e dificuldades a um amigo, ao governo, aos políticos, a Deus, a uma circunstância qualquer. A responsabilidade, para o doente de vitimismo, nunca é dele.
Veja se concorda comigo: em nossa passagem pela Terra, vivemos altos e baixos. Às vezes, conquistamos novos bens e colecionamos vitórias; outras, sofremos derrotas e nos sentimos verdadeiros perdedores. Eu, no entanto, gosto de encarar esses maus momentos como livramentos. Pode até ser que, lá na frente, conclua que não se tratava de um livramento de verdade; de qualquer forma, costumo pensar que, se dei o meu melhor e não funcionou, de que adianta sofrer? O fato é que o algo que eu esperava já não aconteceu, a vitória que eu aguardava já não chegou. Já não passei no concurso que prestei; já levei o fora da pessoa por quem estava apaixonado… Se foi assim, simplesmente não era para ser diferente. Ao menos não naquela hora. Mudemos, então, a lógica e tratemos de fazer do limão uma deliciosa limonada.
“[…] você precisa passar a enxergar como responsabilidade sua tudo que acontece em sua vida. Quem decide o momento de prosperar e ser feliz é você mesmo.”
Para virar a chave assim, você precisa passar a enxergar como responsabilidade sua tudo que acontece em sua vida. Quem decide o momento de prosperar e ser feliz é você mesmo. Já dizia o estadista Goethe: “A alegria não está nas coisas, está em nós”. Se um projeto pessoal ou profissional será bem-sucedido ou não, depende exclusivamente de você, que é quem detém o poder da mudança, da realização, da ação. Por isso, não terceirize nem continue pensando que no seu mundinho só acontecem coisas ruins ou que o universo conspira contra você. Agindo assim, o máximo que poderá atrair é pena, quando não… raiva. Conhece algum vencedor que aprecie a ideia de os outros sentirem pena dele?
Assumir a posição de coitado é incorporar o espírito da desarmonia, do infortúnio, da melancolia. É empobrecer em todos os sentidos e enfraquecer sobretudo a alma. O vitimismo é a pior forma de defesa a que podemos recorrer. É sinal de fraqueza. Quando assumimos papel de vítima, perdemos a capacidade de recuperação, de (re)ação. Na maioria das vezes, quando nossa percepção nos leva a acreditar que a vida tem sido injusta conosco – como se ela nos devesse algo… –, perdemos as forças e acabamos desistindo. É um risco que você não quer correr, certo?
Não sabe se é o seu caso? Atente para os seguintes sinais que pacientes com a “síndrome” costumam apresentar:
dependência excessiva dos outros;
visão de iniquidade acerca de si;
ignorância quanto a seu verdadeiro potencial, suas qualidades e dons;
incapacidade de fazer autocrítica e, tampouco, de dar ouvidos às críticas de terceiros;
preguiça física, mental e emocional;
hábito de atribuir a má sorte a todos menos a si mesmos;
desinteresse por novos conhecimentos;
ausência de amor próprio;
falta de motivação para entregar mais do que lhes pedem;
opção por viver se queixando de tudo e de todos;
propensão a ter sempre uma justificativa na ponta da língua para a inércia e o comodismo;
repúdio inconsciente ao sucesso e aos bem-sucedidos;
negação das próprias competências (“tudo é difícil”; “eu não consigo”);
autossabotagem quanto à excelência intelectual e emocional;
resistência à mudança (“não consigo sair do lugar”);
pessimismo; e
exposição desnecessária da própria miséria.
Identificou em si mesmo algum ou alguns desses comportamentos? Se sim, acompanhe oito dicas práticas para abandonar de vez o coitadismo:
1ª) Assuma responsabilidades como o verdadeiro protagonista que você é da sua história. O protagonismo proporciona energia e força, que, por sua vez, aumentam a autoestima, abrindo novas portas nos campos pessoal e profissional. É libertador!
2ª) Entenda que todos têm problemas, carregam cicatrizes, enfrentam tragédias, passam por sofrimentos – muitas vezes sem terem feito nada para isso, pelo simples fato de estarem vivos. Temos é de aprender com nossas frustrações e seguir em frente.
3ª) Nunca, nunca mesmo, use o vitimismo como ferramenta de chantagem. Pense, argumente e explore sua inteligência para persuadir e convencer, sem abrir mão de suas convicções, de seus legítimos interesses e sempre com compaixão e honestidade.
4ª) Tenha mais paciência e saiba aguardar o tempo certo da colheita. Não ceda à tentação de ficar apenas se lamentando por supostamente ser a pessoa com o pior carma do mundo;
5ª) Não guarde rancor. O poder para isso é todo seu.
6ª) Seja assertivo. Fale a verdade e se permita falhar, praticando isso em todas as situações até aprender a recuperar o autocontrole e expulsar a autopiedade.
7ª) Comece ainda hoje a cultivar atitudes mais positivas em relação à vida. Controle melhor seus pensamentos destrutivos e lamuriosos.
8ª) Crie o saudável hábito de PERDOAR. O maior beneficiado será você.
Ah, e não me venha com um “É fácil para você falar isso. Você está bem, é jovem. Já eu tenho problemas enormes. Se estivesse como você, certamente teria outra atitude e visão da vida”. A tendência de desqualificar as dificuldades do outro para justificar os próprios insucessos é típico do vitimista. Não caia nessa! Todos nós temos problemas, de diferentes magnitudes e naturezas. Desmerecer o outro, meu amigo, minha amiga, não ajudará em nada a diminuir sua dor. Seu sofrimento só vai melhorar quando vocêdecidir se tratar. E, para se tratar, é preciso assumir o comando da própria vida. Simples assim.
“Saia imediatamente de sua zona de conforto e tenha a coragem de olhar para dentro de si a fim de enfrentar os fantasmas abrigados em sua psique. Abra mão de suas verdades absolutas, supere suas fobias, resolva suas inseguranças, melhore sua autoestima e controle suas obsessões.”
Saia imediatamente de sua zona de conforto e tenha a coragem de olhar para dentro de si a fim de enfrentar os fantasmas abrigados em sua psique. Abra mão de suas verdades absolutas, supere suas fobias, resolva suas inseguranças, melhore sua autoestima e controle suas obsessões. Cultive ambições salutares, como a de ser feliz, de ter uma vida confortável, de buscar excelência tanto na esfera profissional como na pessoal. Acima de tudo, viva o momento presente, reconhecendo suas responsabilidades e sendo gentil consigo mesmo. Busque autoconhecimento; ele é a chave para qualquer transformação. Crie um projeto nesse sentido e, se preciso for, busque ajuda especializada para se curar dessa doença que é o coitadismo. Estou falando sério, muito sério.
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