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Síndrome do pânico: como identificar e controlar uma crise

Atualizado: 17 de nov. de 2023


A síndrome do pânico é uma das condições associadas ao Transtorno de Ansiedade.  Segundo o portal do Dr. Dráuzio Varella,  um dos mais respeitados médicos brasileiros, a “Síndrome do pânico é uma condição associada a crises repentinas de ansiedade aguda, marcadas por muito medo e desespero, associadas a sintomas físicos e emocionais aterrorizantes”. Ou seja, está longe de ser viagem ou frescura. Mesmo diante desse cenário assustador, é possível ultrapassar uma crise com algumas táticas que vamos abordar nesse artigo.

O auge desses sentimentos desconcertantes encontra seu pico em, no máximo, dez minutos, mas é tempo suficiente para que a pessoa tenha a impressão que pode morrer a qualquer momento, que está prestes a enlouquecer e outras sensações de perda do controle de alguma situação.

É importante salientar que a síndrome do pânico refere-se a episódios recorrentes e, por isso, está associada ao diagnóstico de ansiedade. No entanto, mesmo quem não sofre de ansiedade de forma patológica, pode ter episódios isolados de crise de pânico decorrentes de acidentes e traumas, ou seja, situações extremas. Nesse caso, o acompanhamento com psicólogos ou psiquiatras é pontual para tratar o trauma, diferente da síndrome que requer acompanhamento prolongado.


Como identificar uma crise

Pessoas com a síndrome do pânico e que recebem acompanhamento profissional tendem a ter mais controle sobre as crises e conseguem identificar quando um episódio está ocorrendo. Com isso, conseguem se ‘regular’ e evitar o sofrimento agudo. Esses indivíduos que têm na ansiedade a origem do problema, tendem a ficar mais vulneráveis em ambientes sociais, lugares muito movimentados, eventos lotados, etc. Por isso, é possível identificar quando a crise se aproxima pelo ambiente onde a pessoa está inserida e seu histórico de ansiedade com esses gatilhos.

Conheça os sintomas:


  • Sudorese

  • Taquicardia

  • Insônia

  • Dispneia

  • Fadiga

  • Irritabilidade

  • Tensão muscular

  • Tremores

  • Dor no peito

  • Calafrios ou onda de calor

  • Parestesia (dormência ou formigamento)

  • Despersonalização (sensação de estar vivendo em um sonho) e desrealização (sem conseguir distinguir realidade de fantasia

  • Náuseas

  • Tontura

  • Medo de enlouquecer ou morrer


Quando a pessoa experimenta com frequência sensações de ansiedade extrema e com ela, tem ao menos quatro dos sintomas acima associados ao episódio, é possível que tenha desenvolvido a síndrome do pânico. Nesse caso, é preciso procurar ajuda especializada (de psicólogos ou psiquiatras) para receber o diagnóstico adequado e o tratamento assertivo que possibilite qualidade de vida. Em alguns casos, a síndrome do pânico pode ser incapacitante, já que o medo de ter novas crises, a insegurança e o impacto emocional que as crises provocam acarretam dificuldade de convívio e concentração em atividades de trabalho e estudos, por exemplo.

Importante também é saber diferenciar uma crise de ansiedade para uma crise de pânico. É a intensidade e a casualidade com que ocorrem os episódios que sinalizam o quadro psíquico. Na ansiedade, a pessoa desenvolve o estresse diante de um fato, um acontecimento, algo tangível, pois, em geral, passou os dias anteriores preocupada em como seria vivenciar determinada situação. Já na crise de pânico, o mal-estar, mesmo diante de um desafio ou ambiente incômodo, chega repentinamente e sem ter necessariamente um gatilho, uma causa associada.



Como controlar uma crise de pânico

Ao estar em situações estressoras, a pessoa começa a desenvolver alguns dos sintomas listados abaixo, como sudorese, taquicardia e dores no corpo. Nesse momento, é possível se autorregular. Ou seja, manter a concentração focada no alívio dos sintomas. Para isso, a pessoa precisa lembrar que a crise é passageira, que a visão catastrófica não condiz com a realidade e em breve essa sensação vai passar. Respiração profunda também é uma ótima forma de reagir às crises, além, é claro, de sair do ambiente que está causando incômodo.


  • Feche os olhos – isso ajuda a focar nos seus pensamentos e na tentativa de amenizar a crise.

  • Apoie-se em sensações físicas: um toque na roupa, num objeto pessoal, nos cabelos, ou seja, em algo familiar, faz a pessoa sentir mais conforto, segurança e próxima da realidade.

  • Foco no aqui e agora: a atenção plena no presente ajuda a mente a se reorganizar e afastar a ansiedade. Quando a crise vier, tente pensar no seguinte: Cinco coisas que possa ver; Quatro coisas que possa tocar; Três coisas que possa ouvir; Duas coisas que possa cheirar; Uma que possa experimentar o sabor.  Não precisa fazer todos esses passos, até porque algumas crises ocorrem em ambientes sem qualquer recurso. Mas procure sempre centralizar o foco em coisas tangíveis.


Fatores ligados à síndrome do pânico

As causas diretas ligadas à síndrome do pânico ainda não estão totalmente esclarecidas. No entanto, sabe-se que, além do histórico prévio de ansiedade ou gatilhos de estresse, a síndrome do pânico está associada a fatores genéticos e ambientais (onde o indivíduo está inserido).

Ou seja, filhos de pais com transtornos de ansiedade têm maiores chances de desenvolver quadros recorrentes de pânico, bem como pessoas que vivem em ambientes estressores, abusivos e insalubres também apresentam maior propensão ao problema. O uso excessivo de álcool e drogas também é um fator frequentemente ligado à síndrome, já que interferem na percepção do indivíduo sobre a realidade.

Segundo especialistas em saúde mental, “A maior parte das pessoas –cerca de 90% da população mundial — irá experimentar, em algum momento da vida, um ataque de pânico, sem que isso seja diagnosticado como uma doença”, esclarece Guilherme Spadini, psiquiatra, psicoterapeuta e especialista em transtorno de pânico pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

Isso porque o estilo de vida atual, com o estresse no centro de todos os relacionamentos e atividades, a hiperconectividade e a dificuldade de manter hábitos saudáveis são fatores de risco para o aparecimento da ansiedade e as síndromes associadas.


Como afastar a ansiedade e evitar a síndrome do pânico

Você deve ouvir frequentemente de amigos e pessoas próximas sobre os benefícios da psicoterapia. Também na internet há cada vez mais profissionais de saúde falando sobre a importância de manter a saúde mental em dia e dando dicas de como manter a mente em equilíbrio. Tenha certeza que ninguém fala disso à toa. ter o acompanhamento profissional ajuda a desenvolver  ferramentas para enfrentar problemas e desafios de forma menos traumática, mais inteligente e resolutiva.

Além disso, é importante manter uma rotina saudável , que passa pela alimentação, a manutenção de uma organização e principalmente, exercícios físicos. A endorfina liberada após as atividades é essencial para manter o bem-estar.

Procure manter o foco no momento, faça planos, sim, mas ocupe-se em realizar um passo de cada vez, assim, a ansiedade passa longe e você protege sua saúde mental.

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